Estou quase como o outro que “depois de V2 DDT PBX/ketchup K7 kleenex kitchnet duplex/ twist again...”, cheguei, não aos pós modernos, mas à vontade de chamar as coisas pelos seus nomes, visto que elas nascem quando se nomeiam.
Estou farta, fartinha de ler que já foi tudo dito, que não se pode ler, que o verdadeiramente importante é inominável, que somos e não somos e não somos mais do que sumos, e tutti frutti au rutti...
E blogs que dizem que não são blogs, e gente com argumentos de autoridade embrulhados no celofane da ironia e ignorantes que dão a volta ao mundo sem nunca sair do seu quarto e citadeiros a favor da situação - de toda a situação - e estetas, ah, os estetas que transformam os textos num abstracto e inabitável projecto de arquitectura, e gente que vai dizendo as coisas com ar enjoado do mundo de quem faz de conta, mas só faz de conta para o seu criado de quarto, de que se não quer a coisa, mas a quer totalmente e a qualquer custo.
Enfim. Uma canseira! E uma mentira.
Quando não se quer dizer nada, calamos-nos. Quando não há comentários para fazer ao mundo, fechamo-nos em casa e não lançamos ondas hertezianas de pensamento algum. Quando o peso do silêncio é mais forte, caramba!, aguentamos em silêncio. Abrir a boca para dizer que queria estar calado, bom, na verdade, para dizer isso, mais valia estar calado. Nem sempre é preciso falar para que os outros dêem conta de se está ali. Basta que nós mesmos possamos dar conta de que estamos ali. Ou algures.
Durante muito tempo achei isso: que não tinha nada de importante para dizer, ou melhor, que preferia pensar a dizer. E então calei-me.
Aos poucos, a com a mão estendida da natureza do mal (se este nome não incluísse mal ou morte, talvez nunca lá tivesse escrito - já se vê o poder de um nome) comecei a ver que poderia dar-se o caso de, de quando em vez, querer dizer alguma coisa.
e assim foi nascendo o comentário, o titubeio, o mail, o sms longo, enfim, a nota de rodapé ao mundo...
agora é tempo de o fazer por mim sem estar à espera do braço confortável do luís, embora isso não exclua dar-lhe um interminável abraço que ele, naquela intimidação dos homens que lidam com mulheres com o seu lado de amazonas, julga às vezes que não existe.
A razão do nome é mais ou menos esta. Pode parecer mais uma irritação do que uma razão, mas isso é só do humor ideológico com estou hoje. O risco é semelhante ao que se corre quando se decide um nome para um filho: nunca se sabe bem se ele vai ter a cara que encaixa no nome que lhe escolhemos.
Estou farta, fartinha de ler que já foi tudo dito, que não se pode ler, que o verdadeiramente importante é inominável, que somos e não somos e não somos mais do que sumos, e tutti frutti au rutti...
E blogs que dizem que não são blogs, e gente com argumentos de autoridade embrulhados no celofane da ironia e ignorantes que dão a volta ao mundo sem nunca sair do seu quarto e citadeiros a favor da situação - de toda a situação - e estetas, ah, os estetas que transformam os textos num abstracto e inabitável projecto de arquitectura, e gente que vai dizendo as coisas com ar enjoado do mundo de quem faz de conta, mas só faz de conta para o seu criado de quarto, de que se não quer a coisa, mas a quer totalmente e a qualquer custo.
Enfim. Uma canseira! E uma mentira.
Quando não se quer dizer nada, calamos-nos. Quando não há comentários para fazer ao mundo, fechamo-nos em casa e não lançamos ondas hertezianas de pensamento algum. Quando o peso do silêncio é mais forte, caramba!, aguentamos em silêncio. Abrir a boca para dizer que queria estar calado, bom, na verdade, para dizer isso, mais valia estar calado. Nem sempre é preciso falar para que os outros dêem conta de se está ali. Basta que nós mesmos possamos dar conta de que estamos ali. Ou algures.
Durante muito tempo achei isso: que não tinha nada de importante para dizer, ou melhor, que preferia pensar a dizer. E então calei-me.
Aos poucos, a com a mão estendida da natureza do mal (se este nome não incluísse mal ou morte, talvez nunca lá tivesse escrito - já se vê o poder de um nome) comecei a ver que poderia dar-se o caso de, de quando em vez, querer dizer alguma coisa.
e assim foi nascendo o comentário, o titubeio, o mail, o sms longo, enfim, a nota de rodapé ao mundo...
agora é tempo de o fazer por mim sem estar à espera do braço confortável do luís, embora isso não exclua dar-lhe um interminável abraço que ele, naquela intimidação dos homens que lidam com mulheres com o seu lado de amazonas, julga às vezes que não existe.
A razão do nome é mais ou menos esta. Pode parecer mais uma irritação do que uma razão, mas isso é só do humor ideológico com estou hoje. O risco é semelhante ao que se corre quando se decide um nome para um filho: nunca se sabe bem se ele vai ter a cara que encaixa no nome que lhe escolhemos.
3 comentários:
Pois é mesmo isso! Mas desde o Wittgenstein que eles insistem em dizer o silêncio! Eu até gosto do dito filósofo, e ainda por cima era giro, coisa que geralmente os filósofos não são. Mas "eles" repetem a proposição 7 até à insanidade… "Wovon man nicht sprechen kann, darüber muß man schweigen.", ou seja, se não tens nada para dizer, por que não te calas?
é o "vonvonvon"é. até o joão carlos borbão, o de espanha, o repete.
e agora um paradoxo lógico que nem talvez o Frege consiga tornear ou tourear: o wittgenstein era giro porque era gay ou era gay porque era giro?
enquanto matutava nisso, ia-se dedicando ao gardening, I presume.
Sim, provavelmente por isso e
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