25 de abril de 2011

ana, magana, rabeca, susana, lázaro, ramos, na páscoa estamos



— Costumavas ir almoçar com o teu pai, a T. e as paisettes. A um restaurante da Beira, desses que servem pratos de substância. No fim do almoço a paisette ao volante arrancava em contra-mão e tu vociferavas contra o envelhecimento em geral, a Páscoa, o IP3 e a incompatibilidade entre a excelência da carne de Lafões e do vinho reles da zona. Este ano não sei o que te aconteceu mas seja o que for que seja animado.


— Não, na verdade, nunca fizemos almoços de páscoa. Só na minha infância, quando ainda havia pais, todos os tios e avós. Há mais de 40 anos que não pascoamos. Depois do 25, ficámos só com o natal.
Não sei se é da costeleta judia, mas na família embirramos um bocado com a páscoa. É muito rosmaninho aos molhos, muitos pólens das mais oriundas partes, muito sapato novo e apertado da primavera sempre irregular, cheia de amoques, muita falta de pomba assassinada…

Não, tenho estado em casa a trabalhar 12 horas por dia, depois de empurrar o choque do regresso para o fundo da memória.

Ando aqui às aranhas a ver se descubro a pólvora num instantinho.
Fundamentalmente, trata-se de ter uma boa ideia, expô-la em projecto, fazer o streap no adro da aldeia e acrescentar a bibliografia. Até 13 de maio.

O milagre do costume.

1 comentário:

henedina disse...

Quem está vivo...