8 de março de 2010

— Oh, eu acabei de ser inventada - respondeu ela com ar jovial


“O único filho do velho [comunista] casara-se com uma estrangeira fascista. O que levara o velho a expulsá-lo. O filho fora para a terra da fascista, onde veio a morrer. O velhote guardava as suas poupanças em ouro num pote que tinha escondido debaixo da cama e veio-lhe o desejo de dar aquele pote, antes que morresse e que o Partido ficasse com o valor, ao filho do seu filho e de ver a criança antes que os seus olhos se fechassem. O mancebo chega e revela ser um pequenote decidido, a quem não assustam grande coisa os acessos de raiva incontrolável do avô, nem o cão do avô, o tal que atacava pessoas. [...] O rapaz trouxe amor àquela casa e pouco depois trouxe a mãe, a tal fascista, e ela fez a cama, que nunca antes fora feita. E, pouco a pouco, aquela criaturinha inocente e adorável permitiu inclusive superar o enorme abismo político que havia entre a mãe e o avô. Entraram para um partido centrista e foram todos felizes para sempre.”

Nancy Mitford, A Benção, Cotovia/dona raposa.

2 comentários:

continuando assim... disse...

convite paran seguir a história de Alice, lá no

continuando assim...

mais logo, o capítulo 5.

bj
teresa

mariantonia disse...

A S' Dona Nancy tem muita pilhéria.